As redes sociais transformaram a forma como os adolescentes se comunicam, interagem e partilham informações, tornando-se uma parte integrante das suas vidas. No entanto, com a crescente dependência e exposição constante a essas plataformas, surgem preocupações sobre os potenciais perigos das redes sociais e os seus efeitos negativos na saúde mental dos jovens.
É essencial compreender estes desafios que ameaçam a autoestima, autoimagem e bem-estar psicológico dos adolescentes, e estar equipado com as ferramentas certas para ajudá-los a navegar de forma saudável e responsável no mundo digital.
Impacto das Redes Sociais na Saúde Mental dos Adolescentes
Vantagens e desvantagens do uso das redes sociais
As redes sociais transformaram a forma como os adolescentes se comunicam, interagem e partilham informações, tornando-se uma parte integrante das suas vidas. Elas oferecem várias vantagens, como a comunicação instantânea, a possibilidade de conversar com pessoas distantes, compartilhar bons momentos, acesso a informações e fazer novos amigos.
No entanto, o uso excessivo das redes sociais também apresenta desvantagens significativas. A exposição de dados pessoais, a falta de privacidade, o excesso de uso (perda de tempo), o monitoramento de ações e o risco de pedofilia são algumas das preocupações associadas. Além disso, a disseminação de informações falsas é um problema crescente nessas plataformas.
Uso problemático e dependência da Internet
Embora as redes sociais tenham a intenção de conectar as pessoas, o seu uso excessivo pode levar ao isolamento social. Os adolescentes podem passar horas em frente às telas, perdendo oportunidades de interação face a face com amigos e familiares.
Estudos têm mostrado uma correlação entre o uso excessivo das redes sociais e o aumento dos níveis de ansiedade e depressão entre os jovens. A constante exposição a postagens idealizadas e o medo de ficar de fora podem contribuir para sentimentos de inadequação e solidão.
Vários estudos têm demonstrado associações entre a dependência da Internet e condições clínicas mais graves, como perturbações de ansiedade social, perturbações afetivas, depressão, comportamentos autodestrutivos, ansiedade, perturbação de hiperatividade e défice de atenção, hostilidade/agressão, sintomas obsessivo-compulsivos, perturbações de comportamento alimentar, maior incidência de uso de substâncias, e correlaciona-se com características da personalidade e comportamentais mal-adaptativas e problemas de saúde física.
Dados epidemiológicos sobre o uso de redes sociais por adolescentes
Segundo dados do INE (Instituto Nacional de Estatística) de 2014, 70% dos portugueses com 15 anos ou mais tinham redes sociais, sendo que 98% deles tinham um perfil no Facebook. Em Portugal, a Internet passou a ser utilizada por mais de metade da população em 2009, e em 2014, 65% dos agregados familiares tinham acesso à Internet. Nas famílias com crianças até aos 15 anos, o acesso superou a média nacional, aproximando-se dos 90%, e dos 16 aos 24 anos, o acesso à Internet era de 98%.
Dados globais também mostram um aumento significativo no uso da Internet e das redes sociais. O número de utilizadores de Internet por cada 100 pessoas aumentou 806% de 2000 a 2015, sendo o telemóvel o dispositivo mais usado para aceder à Internet, com 4,43 mil milhões de utilizadores em 2015.
O perfil majoritário do dependente das redes sociais é o de um jovem de 16 a 24 anos. Os adolescentes correm um maior risco de cair na dependência devido à sua tendência para a impulsividade, a necessidade de terem influência social ampla e expansiva, e a necessidade de reafirmar a identidade de grupo.
Fatores de Risco e Proteção para o Desenvolvimento de Problemas
Fatores de risco (acesso precoce à Internet, nomofobia, adolescência, personalidade introvertida, disfunção familiar, etc.)
- O facto de a Internet ser um meio acessível e largamente não monitorizado pode ser um importante fator de risco para o desenvolvimento de problemas relacionados com o uso excessivo da Internet e redes sociais, especialmente em crianças e adolescentes que iniciam o acesso à Internet precocemente e sem supervisão parental adequada.
- A diferença entre gerações no uso da tecnologia (“fosso digital”) e a nomofobia (fobia de estar sem o telemóvel) podem propiciar um ambiente propício para o desenvolvimento de uso problemático da Internet (UPI).
- A adolescência, sendo uma fase de grande turbulência emocional e maior suscetibilidade para iniciar comportamentos de risco, aumenta a probabilidade desses comportamentos se perpetuarem na idade adulta. Adolescentes com comportamentos problemáticos pré-existentes são mais suscetíveis de desenvolver UPI.
- Adolescentes introvertidos, com menor autoestima, insatisfação com a aparência física, dificuldades de interação social e carentes socialmente têm um risco aumentado de desenvolver UPI, uma vez que as interações face a face podem desencadear ansiedade.
- Características como impulsividade, baixa tolerância à frustração, procura de novidades e necessidade de gratificação imediata também aumentam o risco de UPI, bem como de uso problemático de substâncias ou comportamentos sexuais de risco.
- Adolescentes com baixa ligação à escola, autocrítica e pessimismo em relação à mesma apresentam um risco aumentado de desenvolver UPI e relações desviantes e de risco.
- A disfunção familiar, marcada por conflitos frequentes, má comunicação entre pais e filhos, falta de intimidade relacional ou estilos parentais inadequados, pode levar os adolescentes a procurarem um refúgio virtual na Internet, visto pelos pais como uma situação segura.
Fatores protetores (ligação à escola, autoestima elevada, propósito na vida)
- Uma ligação positiva à escola, sensação de pertença e crença nos professores funcionam como fatores protetores, uma vez que jovens com forte ligação à escola têm menor probabilidade de criar relações com pares desviantes, maior autocontrolo e menor risco de desenvolver UPI ou outros comportamentos de risco.
- A existência de um propósito na vida acompanhado de um sentido de realização (“significado na vida”) e autoestima elevada parecem oferecer uma proteção substancial contra a dependência da Internet.
- É crucial incentivar os jovens a equilibrar o tempo gasto nas redes sociais com atividades sociais offline, como sair com amigos, participar em hobbies e/ou eventos comunitários, a fim de evitar o isolamento social e os seus efeitos negativos na saúde mental.
- Estabelecer limites de tempo para o uso das redes sociais, cultivar relacionamentos saudáveis offline e procurar apoio emocional e/ou profissional quando necessário pode ajudar a enfrentar os problemas de ansiedade e depressão associados ao uso excessivo das redes sociais.
- Adotar uma rotina de sono saudável, evitando o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir e criando um ambiente propício para o descanso adequado, é importante para prevenir os impactos negativos das redes sociais na qualidade do sono dos jovens.
Sinais de Alerta e Impacto na Saúde Mental
Estreitamento de interesses e isolamento social
Quando as atividades online ocupam a maior parte da vida do jovem, ocorre uma queda funcional. Um dos principais sinais de alerta é o estreitamento do campo de interesses, ou seja, o jovem encontra-se cada vez menos interessado em atividades/hobbies que antes considerava estimulantes, com consequente isolamento social. Há uma clara relação entre o uso excessivo de redes sociais e o isolamento social.
Alterações comportamentais e de sono
Alterações do comportamento, tais como apatia, tristeza, desinteresse e irritabilidade, são sinais preocupantes que podem indicar o uso problemático da Internet. Outro sinal relevante é a privação de sono e alteração dos ritmos circadianos, apresentando, durante o dia, cansaço, sonolência, irritabilidade, dificuldades de concentração e diminuição do rendimento escolar. Em casos extremos, pode ocorrer perda de cuidados com o próprio (higiene, alimentação) ou mesmo agressividade dirigida aos pais ou cuidadores quando impedidos de utilizar a Internet.
Impacto no rendimento académico
Estudos realizados com populações de adolescentes e universitários correlacionam, de forma consistente, o uso problemático da Internet (UPI) com pior rendimento académico e isolamento social. O aumento potencial da taxa de retenções é uma consequência preocupante do uso excessivo da Internet.
Relação com perturbações como depressão, ansiedade social e comportamentos suicidários
A depressão é considerada um distúrbio de natureza psiquiátrica resultante de uma alteração cerebral que provoca mudanças de humor e no comportamento. Há uma relação muito próxima entre a depressão e o suicídio. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), alguns fatores com maior potencial de desenvolver a depressão na juventude são o desejo de liberdade, pressão familiar, questões de gênero e o uso desequilibrado de tecnologias.
O uso excessivo de redes sociais também está relacionado ao surgimento de sintomas de ansiedade patológica. A ansiedade pode ser experimentada no meio familiar, nas relações entre pais-adolescentes e nas negociações sobre as questões de autonomia, que podem desencadear facilmente conflitos. Famílias de adolescentes ansiosos se caracterizam por alta rigidez, baixa adaptabilidade, dificuldades na comunicação e conflitos intrafamiliares.
O que os Adolescentes podem fazer no YogaLounge.pt?
O YogaLounge.pt oferece diversas ferramentas e recursos para ajudar os adolescentes a combaterem os riscos à saúde mental associados ao uso excessivo do celular.
Cursos e Workshops:
- Saúde Mental e Autotransformação: Este curso abrangente explora a conexão entre mente, corpo e espírito, fornecendo aos adolescentes ferramentas para gerenciar o estresse, a ansiedade e a depressão, além de promover o bem-estar geral.
- Mindfulness para Adolescentes: Através de técnicas de mindfulness e meditação, este workshop ajuda os jovens a desenvolverem maior autoconsciência, reduzir a ruminação e melhorar o foco, combatendo assim os impactos negativos do uso excessivo do celular.
- Yoga para Adolescentes: As aulas de yoga do YogaLounge.pt ensinam aos adolescentes técnicas de respiração, alongamento e movimento consciente, promovendo relaxamento, reduzindo a ansiedade e melhorando a qualidade do sono, que podem ser afetados pelo uso excessivo do celular.
Eventos e Retiros:
- Retiros de Desconexão Digital: Esses retiros oferecem aos adolescentes um espaço livre de tecnologia para se conectarem com a natureza, consigo mesmos e com outros, promovendo a autoconexão, a autorreflexão e o bem-estar mental.
- Oficinas de Comunicação Consciente: Através de atividades interativas, os adolescentes aprendem a se comunicar de forma mais saudável online e offline, estabelecendo limites no uso do celular e construindo relacionamentos mais significativos.
Conclusão
O uso excessivo das redes sociais pelos adolescentes é um problema crescente que merece atenção. É fundamental que pais, educadores e a sociedade em geral estejam cientes dos seus impactos negativos na saúde mental dos jovens. Isso inclui o risco de desenvolver depressão, ansiedade, isolamento social e problemas académicos. Ao mesmo tempo, é necessário promover fatores protetores, como o equilíbrio entre a vida online e offline, o cultivo de relacionamentos saudáveis e o desenvolvimento de um propósito de vida significativo.
Embora as redes sociais tenham se tornado parte integrante da vida dos adolescentes, é crucial encontrar um equilíbrio saudável. Reconhecer os sinais de alerta, como o estreitamento de interesses e alterações comportamentais, pode ajudar a identificar problemas em estágios iniciais. Ao abordar esse desafio de forma proativa, podemos capacitar os jovens a aproveitarem os benefícios da tecnologia de forma responsável, sem comprometer sua saúde mental e bem-estar geral.